No meio do caminho
Tinha uma Igreja.
Dos Martírios, martirizada foi
Em prol do progresso;
E sua marcha
Imperativa da velocidade
[Modernidade não permite sufrágios]
Expurgou de seu caminho
O sagrado desalinho de pedra e cal,
Que cedeu às pressões cartesianas
Da Ordem e do Progresso.
Levou consigo uma das faces
Do à vontade das ruas tortuosas
De um Recife pré-industrial
E quase proto-industrial
E quase proto-urbano.
Deixou um rio de asfalto
Com nome de General.
Via de mão-única:
"Para o alto e avante!"
Negar essa lógica é transgredir,
É andar na contra-mão!
O avanço tecnológico e material cobra caro;
Pagamos com um casario, que, ao ruir,
Derrubou um pouco, ou muito, da alma
De um bairro, de sua identidade e pertença
Ficou memória e saudade...
Que bom!
Quantas igrejas e gentes estiveram no meio do caminho, atravancando os engenhos dos protetorados reais; da marcha contínua do desenvolvimento... Assim quiseram. As igrejas caíram; as gentes, resistiram, mas ficaram e ainda estão ao redor...
ResponderExcluirMuitos estiveram no caminho: igrejas, gentes...
ResponderExcluirMuitos atravancaram a contínua estrada do desenvolvimento, dos protetorados reais... as igrejas, foram demolidas, as gentes, só se afastaram, mas resistem em sua existência excluída pelos homens do progresso.